É de consenso geral a importância das vitaminas no organismo de todos, isso porque as mesmas são uma parte vital de uma dieta saudável. As vitaminas são moléculas orgânicas fundamentais para nossa saúde e encontradas em nossos alimentos. Apesar de serem essenciais, as vitaminas não precisam ser ingeridas em grande quantidade, como é o caso dos carboidratos. Entretanto mesmo que a quantidade de vitaminas necessária não seja grande é muito comum que várias pessoas tenham avitaminoses, que é a deficiência de alguma vitamina no organismo.
Nesse contexto se faz necessário falar sobre o paradoxo que é o fato de a maior parte da população brasileira ter deficiência de vitamina D. Isso pode ser considerado um paradoxo pois é muito contraditório que o Brasil sendo um país tropical com alta incidência solar tenha, de acordo um estudo do IBGE, mostrado que 99,6% dos homens e 99,2% das mulheres entre 19 e 59 anos têm níveis insuficientes de vitamina D, A, C, E, cálcio e magnésio no organismo. Os números foram também muito altos em indivíduos com idade superior a 60 anos e em crianças e adolescentes.
Para falar sobre os efeitos da deficiência vitamina D primeiramente temos que estabelecer do que se trata essa substância. A vitamina D é uma vitamina lipossolúvel -classificação dada a substâncias solúveis na presença de gordura- produzida natural e majoritariamente no organismo através da exposição da pele à luz solar, além de também ser possível a sua obtenção em maiores quantidades por meio do consumo de alguns alimentos como carnes, peixes, frutos do mar, ovo, leite, fígado, queijos e cogumelos entre outros ou pela suplementação alimentar.
A produção de vitamina D se dá quando os raios solares atingem a pele, uma parte específica da luz transforma uma pró-vitamina (7-dehidrocolesterol) na pré-vitamina D3 e, posteriormente, na vitamina D3. Depois, a vitamina sintetizada parte para o fígado, onde é convertida em um outro elemento, o calcidiol. Esta substância funciona como indicador dos níveis de vitamina D no organismo. Por fim, chega-se ao rim, onde a forma ativa da vitamina D (calcitriol) é obtida.
A vitamina D apresenta diversas funções, porém entre elas podemos citar algumas mais importantes como:
Fortalecimento de ossos e dentes, por conta do aumento da absorção de cálcio e fósforo no intestino e facilita a entrada desses minerais nos ossos, que são essenciais para a sua formação;
Prevenção da diabetes, pois atua na manutenção da saúde do pâncreas, que é órgão responsável pela produção de insulina, o hormônio que regula os níveis de glicose no sangue;
Melhora do sistema imune, atuando na prevenção de infecções bacterianas e virais;
Redução da inflamação do organismo, porque diminui a produção de substâncias inflamatórias e ajuda no combate às doenças autoimunes, como psoríase, artrite reumatoide e lúpus, sendo necessário nesses casos o uso de suplementação de acordo com a orientação médica;
Prevenção de doenças como esclerose múltipla e alguns tipos de câncer, como de mama, próstata, colorretal e renal, já que participa no controle da morte celular e diminui a formação e proliferação de células malignas;
Melhora da saúde cardiovascular, porque diminui a pressão arterial e o risco de hipertensão e outras doenças cardiovasculares;
Fortalecimento muscular, já que a vitamina D participa do processo de formação dos músculos e está ligada a uma maior força e agilidade muscular
Prevenir o envelhecimento precoce, já que impede os danos causados nas células pelos radicais livres devido ao seu poder antioxidante.
Os sintomas e sinais mais comuns de déficit de vitamina D no organismo são diminuição a quantidade de cálcio e fósforo no sangue, dor e fraqueza muscular, enfraquecimento dos ossos, osteoporose nos idoso, raquitismo nas crianças e osteomalácia nos adultos etc.
Assim como a falta o excesso dessa substância também pode ser muito prejudicial para o organismo, os principais sintomas do excesso de vitamina D são falta de apetite, náuseas, vômitos, aumento da frequência urinária, fraqueza, hipertensão arterial, sede, coceira na pele e nervosismo. No entanto, o excesso de vitamina D só ocorre devido ao uso exagerado de suplementos dessa vitamina.
O fenômeno citado anteriormente, onde tem se observado que de forma geral a população de inúmeros países vem apresentando uma significativa deficiência de vitamina D mesmo em países com alta incidência solar como o Brasil, é justificado em grande parte pelo estilo de vida adotado pela maior parte das pessoas onde muitas vezes durante a rotina diária não possuem um tempo para exposição saudável da luz solar – que seria tomar sol sem filtro solar pelo menos 20 minutos por dia, preferencialmente o início da manhã e no final da tarde- esse fator tem se intensificado ainda mais durante a pandemia do novo Corona vírus uma vez que as pessoas tem saído muito menos de casa e não tem se preocupado em adquirir vitamina D de outras maneiras.
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